Os pais devem estar preparados para eventuais surpresas, reduzir ao máximo o desconforto do animal e evitar acidentes.
Gatinhar e começar a andar marca o início de uma nova fase no desenvolvimento da criança. E também de toda a família, incluindo o seu animal de estimação. O recém-nascido que chegou a casa há uns meses, agora anda pela casa, aproxima-se e mexe em tudo. Os pais devem estar preparados para eventuais surpresas e reduzir ao máximo o desconforto do animal e evitar acidentes. Cada caso é um caso, mas algumas regras devem ser seguidas sem exceção.
Supervisão. O adulto tem de estar sempre presente e mediar as interações para que os limites não sejam ultrapassados, evitando empurrões, dentadas e arranhadelas.
Comunicação. Tal como os bebés, o cão e o gato não nos dão informação sobre o que pensam ou sentem através de palavras. São as expressões e as posturas corporais que nos dizem o que sentem. Os comportamentos de alerta são muitos, dos mais evidentes, como afastar-se ou rosnar, até aos mais discretos, como bocejar ou lamber o nariz. Sejam quais forem, a criança não sabe interpretá-los e cabe essa tarefa aos adultos.
Associação positiva. Momentos agradáveis (por exemplo, festas, biscoitos, jogos) devem ocorrer na presença da criança para que o animal a associe a algo de positivo.
Treino. Ter os nossos cães e gatos treinados para sentar, dar a pata ou deitar é uma excelente ferramenta para ajudar a que se sintam confortáveis na presença da criança. Para além de associarem a criança a algo de positivo, estamos também a“dizer-lhes” o que desejamos que façam na sua presença.
Reforçar bons comportamento e não castigar. “Dizer-lhes” o que está bem, reforçando o comportamento é mais fácil e eficaz. Castigar pode causar medo e ansiedade. Por exemplo, um cão com medo pode rosnar, estando desta forma a comunicar que os seus limites estão a ser ultrapassados e se o castigar só vai aumentar esse desconforto.
Limites. As crianças e animais devem ser ensinados a interagir respeitando limites. Cães e gatos não são almofadas nem trampolins, por isso nunca se deve permitir que a criança salte, abane ou se deite em cima. Embora alguns tolerem, não gostam deste tipo de interação. Na lista dos NUNCA, devemos incluir nunca abraçar ou dar beijos, nunca puxar a cauda ou outra parte do corpo, nunca pegar ao colo, nunca perturbar enquanto dorme, nunca tirar comida ou objetos da boca. Por outro lado, o animal deve ser mantido tranquilo para evitar encontrões que podem magoar ou assustar a criança.
Esconderijo. Se a criança ou o animal mostrarem desconforto deve-se permitir que se afastem. O animal deve ter a oportunidade de se refugiar num local em que se sinta seguro e confortável sem ser perturbado. A criança não deve ter acesso a esse local.
Dar o exemplo. O adulto deve ser um modelo de comportamentos que os mais novos podem seguir, uma vez que têm uma grande predisposição para reproduzirem o que observam. O adulto não deve fazer nada que não queira que a criança faça. Pelo contrário, o adulto deve mostrar como se aproximar, tocar e brincar com o animal.
Não existem fórmulas para o sucesso, mas cumprir estas regras será garantir uma boa parte do que é necessário para que tudo corra bem entre os animais e os novos elementos da família!