O Ben-u-ron Pediátrico é um dos medicamentos mais utilizados pelos pais e cuidadores para tratar febres e dores ligeiras ou moderadas em crianças. Sendo um medicamento de venda livre à base de paracetamol, é amplamente recomendado pelos profissionais de saúde quando se trata de patologias comuns no público infantil, como constipações, dores de garganta e dores de dentes. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que é o Ben-u-ron Pediátrico, como deve ser administrado, quais as suas indicações, precauções a ter e os efeitos secundários associados. Além disso, iremos analisar as suas formas farmacêuticas, dosagens adequadas e conselhos úteis para os pais que querem garantir uma administração correta e segura.
O que é o Ben-u-ron Pediátrico e como funciona
O Ben-u-ron Pediátrico é um medicamento cujo princípio ativo é o paracetamol, conhecido pelas suas propriedades analgésicas (contra a dor) e antipiréticas (contra a febre). Este medicamento é indicado para o alívio sintomático de estados febris e de dores leves a moderadas em crianças, sendo comummente utilizado em situações de gripe, constipações, otites e dores após vacinação.
Este medicamento atua bloqueando a produção de substâncias no organismo chamadas prostaglandinas, que estão envolvidas nos processos de inflamação, dor e febre. A sua ação ocorre principalmente a nível do sistema nervoso central, o que o torna eficaz mas também seguro para uso infantil, desde que seja corretamente administrado.
O Ben-u-ron Pediátrico está disponível em várias formas farmacêuticas, adaptadas às diferentes faixas etárias e preferências de administração:
- Suspensão oral: Ideal para bebés e crianças pequenas, tem um sabor agradável como morango ou framboesa que facilita a sua aceitação.
- Supositórios: Indicados quando existe recusa da via oral ou em casos de vómitos.
- Comprimidos ou cápsulas: Recomendados para crianças mais velhas que já conseguem engolir medicamentos sólidos.
A dosagem do Ben-u-ron deve sempre ser ajustada ao peso e idade da criança, e não apenas à sua idade cronológica. Uma dosagem incorreta pode ser ineficaz ou até perigosa, sobretudo em casos de sobredosagem, que podem afetar gravemente o fígado.
A dosagem típica em suspensão oral para crianças é de 10 a 15 mg por cada kg de peso corporal, administrada a cada 6 a 8 horas, e nunca ultrapassando 4 doses em 24 horas. De salientar a importância de utilizar a seringa doseadora incluída na embalagem, de modo a garantir uma medição exata.
Exemplo: uma criança de 15 kg pode tomar entre 150 mg e 225 mg de paracetamol por dose, o que corresponderá a cerca de 7,5 ml a 11,25 ml da suspensão oral a 30 mg/ml.
É fundamental respeitar os intervalos entre doses e não administrar o medicamento por mais de 3 dias consecutivos sem orientação médica. A automedicação prolongada pode mascarar sintomas de doenças mais graves ou causar toxicidade hepática.
Precauções, Contraindicações e Efeitos Secundários
Embora o Ben-u-ron Pediátrico seja considerado um medicamento seguro para uso em crianças, existem algumas precauções e possíveis efeitos secundários que os pais devem ter em consideração.
Precauções importantes antes de administrar o Ben-u-ron:
- Verificar a existência de reações alérgicas: Se a criança já teve uma reação adversa ao paracetamol ou a qualquer outro componente do Ben-u-ron, como corantes ou conservantes, o seu uso está contraindicado.
- Doença hepática: Crianças com problemas no fígado não devem tomar este medicamento sem avaliação médica prévia, dado que o paracetamol é metabolizado pelo fígado.
- Medicação concomitante: Evitar o uso simultâneo com outros medicamentos que contenham paracetamol, de modo a prevenir sobredosagem inadvertida.
- Consultar sempre um médico: Antes de administrar o Ben-u-ron a um bebé com menos de 3 meses, é crucial consultar um profissional de saúde.
Efeitos secundários possíveis:
- Reações alérgicas: São raras, mas podem incluir erupções cutâneas, urticária ou, em casos mais graves, dificuldade respiratória.
- Toxicidade hepática: Em casos de dosagem excessiva, mesmo de forma não intencional, pode ocorrer dano hepático grave, exigindo intervenção médica urgente.
- Distúrbios gastrointestinais: Náuseas, vómitos ou dor abdominal são possíveis, sobretudo se tomado com o estômago vazio.
O Ben-u-ron Pediátrico não é um antibiótico e não trata infeções bacterianas. Se os sintomas persistirem, agravarem ou se a febre durar mais de 3 dias, é importante consultar um pediatra para avaliação mais aprofundada e possível necessidade de tratamento específico.
Outro ponto importante é nunca administrar Ben-u-ron com o objetivo de “prevenir” uma febre após vacinação, exceto se recomendado pelo médico, pois isto pode interferir com a resposta imunológica.
Dicas para uma administração segura e eficaz:
- Use sempre a seringa ou copo medida incluído com o medicamento.
- Leia atentamente a bula antes da administração da primeira dose.
- Anote as horas das administrações para evitar erros nos intervalos.
- Guarde o medicamento fora do alcance das crianças.
Por fim, é essencial lembrar que nem toda febre exige medicação. A febre é muitas vezes um sinal de que o organismo está a combater uma infeção e nem sempre é necessário intervir, a não ser que a criança esteja muito desconfortável ou a febre ultrapasse os 38,5ºC com sinais de mal-estar.
Conselho dos especialistas: combine o uso de medicamentos com outras medidas de conforto, como roupas leves, banhos tépidos e hidratação adequada.
O Ben-u-ron Pediátrico, quando bem utilizado, é um aliado importante na gestão das doenças da infância, mas deve ser administrado com atenção, responsabilidade e sempre sob orientação de um profissional quando necessário.
Em suma, o Ben-u-ron Pediátrico é um medicamento amplamente utilizado e geralmente seguro para tratar febres e dores ligeiras nas crianças. No entanto, requer cuidados quanto à dosagem, forma de administração e duração do uso. Respeitar as recomendações médicas e seguir as instruções da bula é essencial para garantir a sua eficácia e evitar riscos à saúde infantil. Quando usado de forma consciente, o Ben-u-ron pode proporcionar um alívio significativo, contribuindo para o bem-estar e conforto das crianças. Se persistirem dúvidas ou os sintomas não melhorarem, é essencial consultar um pediatra para avaliação adequada.